sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Conheça a Ferrari 488 GTB V8, biturbo, 670 cv

O nosso maior desejo com relação à sucessora da 458 Italia não parecia difícil de ser realizado: que ela não fosse menor. E, felizmente para nós - e todos os aficionados pela mais carismática fabricante de superesportivos do planeta - a Ferrari não nos decepcionou. A 488 GTB é um aprimoramento do modelo anterior, um processo que a fábrica repete em seus carros com motor V8 desde o primeiro deles, a 308 GT4, lançada em 1973. Assim, em vez de diminuir a carroceria, o novo modelo tem um motor mais forte. Turboalimentação em lugar da aspiração natural, 670 cv em vez de 570 cv e 77,5 mkgf e não 55,1 mkgf. Madonna mia!
Com especificações tão impressionantes, não é à toa que a Ferrari promete desempenho igualmente fascinante, com aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 3s - a 458 Italia cumpria a prova em 3s4. Na pista de teste, quase conseguimos igualar a marca: 3s1. Mas, confesso que, na hora, o carro pareceu ser bem mais rápido, já que a sensação de ser catapultado durante as arrancadas é surpreendente (graças, também, ao novo controle de largada, é bom observar).
 
Com os sistemas eletrônicos auxiliares desligados, o pé esquerdo mantém o freio acionado, enquanto o direito eleva a rotação do motor. Controle de largada acionado, contagem regressiva e pé direito até o fundo!
 
O bólido vermelho vivo dispara pela reta do aeroporto utilizada para esta avaliação. Bam, bam, bam, bam, bam, bam! Seis trocas de marcha rapidíssimas, chegamos a 300 km/h e ainda tem espaço para continuar acelerando! Madonna mia (novamente)! A equipe de testes revela os tempos obtidos: 0 a 100 km/h em 3s1, 0 a 200 km/h em 8s9 e 0 a 300 km/h em 25s6! Detalhe: os testes foram feitos no inverno europeu, ou seja, as condições do asfalto não eram as ideais.
São dois turbos, um por bancada de cilindros e ambos com tecnologia de dupla voluta, que “empurram” a mistura ar-combustível para dentro das oito câmaras de combustão com até 1,3 bar de pressão. E graças ao uso de material superleve nos turbos (liga de titânio-alumínio), não se percebe qualquer atraso - turbolag - durante as acelerações, o que contribuiu para melhorar ainda mais a dirigibilidade do cupê.

 
Falando nisso, a Ferrari dotou a 488 GTB de um equilíbrio exemplar, graças a diversos controles eletrônicos, com destaque para o novo controle de deslizamento lateral, que atua em conjunto com o diferencial eletrônico (E-Diff) e os amortecedores ativos. E mais: o modelo conta ainda com um gerenciador eletrônico de torque, que controla a entrega da força do motor às rodas em cada marcha, de acordo com a situação, sem interferir na condução, caso o motorista deseje.
Continuamos a avaliação na pista do aeroporto e o cupê de tração traseira segue exibindo um comportamento tão neutro quanto o de alguns carros com tração integral. Sem esforço, nem sobressaltos. A única condição para isso é manter os pneus Michelin Sports Cup 2 na temperatura ideal. Por isso, não é recomendável utilizá-los em condução normal, pois é difícil aquecê-los.
O comportamento da 488 vai reforçando a confiança e o carro segue correspondendo aos comandos do motorista, sem sustos, e de forma mais aprimorada que a 458 Italia. E, embora o novo modelo tenha herdado componentes de sua antecessora, o conforto é sensivelmente melhor a bordo da 488 GTB, mesmo ao rodar sobre asfalto em piores condições. E para quem não se preocupa muito com o valor do carro que tem em mãos e aprecia manobras de drift, a nova Ferrari permite essas peripécias. É só desligar os controles eletrônicos e ter certeza de que você realmente quer se arriscar.
 
No aeroporto, com muita espaço à disposição, resolvemos explorar a capacidade da Ferrari e desativamos o controle de estabilidade. Com o acelerador a fundo na saída de curva, a traseira logo começa a desgarrar, mas de maneira suave, totalmente controlável. Um leve contraesterço no volante, dosamos o acelerador e a dianteira volta a apontar para o lado certo.
Tentamos novamente com os auxílios eletrônicos ligados, mas a manobra, obviamente, é impedida. O carro segue na linha correta e não adianta pressionar o acelerador, pois a eletrônica toma conta de tudo.
Um carro perfeito? É preciso pensar bem antes de responder. Além disso, ainda não abordamos outro aspecto importante, mesmo quando se fala de superesportivos: o consumo de combustível. Para um automóvel com motor turbo, tanta potência e torque e um desempenho tão sensacional, que nível de consumo poderia ser considerado aceitável? Não podemos afirmar, mas os 6,1 km/l registrados pela 488 GTB não nos parecem exagerados.
 
Ficou entusiasmado? Então saiba também que, com a 488 GTB, a Ferrari inclui o valor das revisões durante os primeiros sete anos no preço do carro. É a primeira vez que a fabricante italiana adota um programa tão ousado e, de acordo com os executivos da empresa, a prova da confiança que eles depositam no novo modelo.
DADOS DE FÁBRICAFerrari 488 GTB
MotorV8, biturbo, central long., gasolina
Velocidade máxima330 km/h
Aceleração (0 a 100 km/h)3s1
Cilindrada3.902 cm³
Potência670 cv a 8.000 rpm
Torque77,5 kgfm a 3.000 rpm
CâmbioDupla embreagem, sete marchas
TraçãoTraseira
RodasLiga leve, 20''
Suspensão dianteiraTriângulos superpostos
Suspensão traseiraTriângulos superpostos



Fonte Motorpress




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